Por que há
tantos casais infelizes sexualmente no casamento? Na lista de prioridades do
relacionamento conjugal, que lugar o sexo ocupa? A insatisfação sexual é um
indicador sensível de que o plano de Deus para o casamento está desalinhado. A
solução para este problema pode começar a partir da compreensão do que é o
sexo, sob a perspectiva divina.
Um dos
propósitos de Deus para com o sexo é despertar e satisfazer no homem e na
mulher, a fome de intimidade. Sexo não é apenas um incidente no casamento.
Embora não tenha sido criado para ser o cerne da intimidade, o sexo é a música
do matrimônio. Pode parecer um pouco estranho para muitos, mas a verdade é que
Deus espera que nós O procuremos e O conheçamos na intimidade sexual com o
nosso cônjuge. Intimidade e deleite espiritual não são opostos à intimidade
sexual; na verdade, a intimidade espiritual se encontra em meio ao deleite
relacional e carnal da união. É por isso que o escritor aos Hebreus escreveu
que o “ato sexual – o coito” é digno de honra tanto quanto o matrimônio (Hb
13.4).
Você já
parou para pensar na reação de Adão quando despertou do seu sono e viu ao seu
lado a mulher preparada pelo Criador para completá-lo? O elevado grau de prazer
de Adão, está explicitado na sua declaração: “Então disse o homem: Esta é agora
osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada “varoa”,
porquan-to do varão foi tomada. Portanto, deixará o homem a seu pai e sua mãe,
e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne” (Gn 2.23-24). Que declaração de
amor intenso! Quando Adão contempla Eva pela primeira vez, irrompe num cântico.
Não consegue conter sua alegria, e compõe um hino erótico. Não foi o diabo quem
criou o sexo, a sexualidade e o erotismo. O erotismo é criação alegre de Deus,
seu prazer em deleitar o coração erógeno de suas criaturas. Com muita beleza
escreveu o poeta: “Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua
juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o
fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela” (Pv 5.18,19 BNVI). Os
casais precisam saber que o segredo para alcançar a plenitude do prazer no ato
conjugal é compreendendo a sexualidade como uma importante janela para o
coração de Deus.
Descobrindo
as causas do desajuste sexual
A Bíblia
diz: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias…” (Ec 9.9ª), “Beba das
águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço” (Pv 5.15
BNVI). O sexo é tão importante para a manutenção do casamento, quanto a água
para a preservação da vida, eis a razão porque o texto diz “bebe das águas da
sua cisterna”. No trabalho de aconselhamento de casais, é comum eu ouvir de
algumas mulheres: “Se o meu marido não precisasse de sexo, eu passaria muito
bem sem”. Essa maneira de pensar revela alguma disfunção sexual que precisa ser
tratada, porque o normal é gostar e sentir falta da prática do ato sexual no
casamento. Muitas vezes, a causa do problema, não está na mulher e sim no
homem. Quando o casal descobre a causa da disfunção ou do desajuste sexual, há
mais facilidade na na busca pela solução.
A alma farta
pisa favos de mel
“A alma
farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce” (Pv
27.7). Nenhuma outra causa tem levado homens e mulheres ao adultério, como a
insatisfação sexual crônica. A Bíblia é muito clara quando diz que uma “alma
satisfeita ou farta” despreza o favo de mel, ou seja, quando o marido e a
esposa saem de casa com as necessidades da alma, inclusive sexual, satisfeitas,
fica bem mais fácil resistir todas as possíveis tentações do maligno. Quando o
homem e a mulher são infelizes sexualmente no casamento, os dois tornam-se
presas fáceis do diabo. Paulo, o apóstolo, quando escreveu sua carta-resposta
para a igreja que estava em Corinto, tratou deste assunto com muita
preocupação, dizendo: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua
própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Co 7.2). Ele também
deixou claro que não basta ter uma mulher ou ela um homem, é necessário que os
dois sejam felizes sexualmente, por isso ele insiste: “O marido pague à mulher
a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem
poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira
o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher” (1 Co 7.3,4).
A dúvida de
muitos casais é: “Como praticar o ato sexual de forma que alcancemos a
plenitude do prazer, segundo Deus planejou? Como satisfazer a alma?”. A
realização sexual no contexto do casamento depende do conhecimento de alguns
pontos básicos sobre as diferenças afetivo-sexuais entre homem e mulher.
Vejamos algumas delas: 1) O homem é tendente ao amor estético, e a mulher é
tendente ao amor ético; 2) O homem é tendente ao amor quantitativo (instintivo,
passageiro), e a mulher é tendente ao amor qualitativo (afetivo e que dura); 3)
O homem é tendente a querer primeiro o corpo dela, e depois a pessoa dela e a
mulher é tendente a querer primeiro a pessoa dele e depois o corpo dele; 4) O
homem é estimulado sexualmente pela visão (erotismo visual, Ct. 7:1-9), e a
mulher é estimulada pelo que ouve e pelo toque (erotismo sentimental e
abrangente); 5) Para o homem o ato sexual é um prazer corporal, somático,
físico e localizado, e para a mulher o ato sexual é um prazer emotivo, em todo
o seu corpo, partindo dos órgãos da cópula; 6) O homem precisa de sexo para se
manter vivo no casamento, e a mulher precisa de carinho, companheirismo,
segurança, estabilidade e sexo; 7) No homem, o sexo é descontínuo e
centralizado, na mulher, o sexo é contínuo e descentralizado.
O que o sexo
significa para o casal? Para o homem e a mulher, o ato conjugal satisfaz o
instinto sexual, aumenta o amor um pelo outro, reduz as tensões no lar e
proporciona a mais íntima experiência da vida conjugal.
Conselhos
práticos que podem ajudar os casais que buscam ajustamento
1. Nunca
seja egoísta, pense na realização do cônjuge (1 Co 7.2-5).
2. Elimine
os complexos através da oração e da compreensão.
3.
Lembre-se, o cansaço pode ser a causa do fracasso.
4.
Desenvolva uma comunicação franca nesta área.
5. Procure
não praticar o ato com a tensão de um problema.
6. Reserve
tempo para o exercício do ato.
7. A
privacidade do casal é de fundamental importância.
8. O asseio
é uma necessidade de todos.
9. A
preocupação com uma possível gravidez pode ser a causa da baixa qualidade da
relação sexual.
10. Nunca se
esqueça que o homem se excita pelo que vê, já a mulher, mais pelo que ouve.
11. Nunca
tenha o sexo como obrigação, o ato conjugal deve ser espontâneo.
12. Cuidado
com a contaminação do leito, que deve ser sem mácula.
13. Cuidado
com as relações “pornográficas” (Rm 1.26,27).
Lembre-se, o
sexo é a música do matrimônio, quanto mais os músicos tocarem, mais habilidosos
vão ficando. Meu conselho final é que os casais não devem parar de tocar a
música da sexualidade no casamento, porque enquanto houver música, haverá
alegria e vida conjugal plena.
“O Sexo não
é tudo, mas a infelicidade sexual pode gerar um mau humor crônico que afetará
todas as áreas da vida do casal”.
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